6 de junho de 2012

Opinião - O Rapaz do Pijama às Riscas

Título: O Rapaz do Pijama às Riscas  
Autor: John Boyle  
Editora: Asa  

Sinopse: 
Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…  

Opinião por Teresa Maria Valente de Carvalho: 
Obviamente que quando peguei neste livro já sabia o que me esperava.... Mas não contava ficar assim. Pensava que as lágrimas correriam e trariam o alívio, mas não... 
Este pequeno livro tem uma dimensão nada coincidente com o número de páginas. Conta-nos a história de Bruno, que junto com a restante família se vê de repente ás portas de Auschwitz. Não, não é o que pensam! Bruno não é judeu, ele é filho do comandante do campo de concentração de Auschwitz. Mas Bruno não sabe o que é Aschwitz, na realidade Bruno nem sabe pronunciar o nome correctamente, assim como também não sabe pronunciar correctamente o nome daquele que foi responsável pela mudança imposta à sua família que da confortável casa em Berlim se vê de repente numa casa no meio do nada e como paisagem apenas uma vedação que os separa de barracões e de estranhas pessoas que usam todas pijamas às riscas! Até que um dia, nas suas deambulações ao longo da vedação Bruno conhece Shmuel, o rapaz do pijama às riscas. E assim, se desenvolve uma amizade improvável entre as duas crianças, com uma vedação a separá-los que os impede de brincar juntos, mas vedação alguma pôde impedir a relação que se estabeleceu entre os dois. Então, com a inocência própria dos seus nove anos, estas duas crianças convivem durante um ano sem atingirem a dimensão dos acontecimentos à sua volta. E o impensável acontece, num final arrasador. E então o leitor desta história fica assim com uma emoção sem limites contida num nó na garganta.... 
Nos primeiros capítulos, cheguei a pensar “Mas este livro afinal é tão básico!” Mas que pensamento tão absurdo! Este livo diz mais nas entrelinhas do que no que está escrito! Porque quem conhece a história do Holocausto, percebe tudo o que não está lá escrito porque simplesmente não é necessário... Nas suas (relativamente) poucas páginas, consegue-se “ver” a arrepiante história dos judeus de Aschwitz. Este livro, pequeno no número de páginas mas enorme no sentimento, emoção e memória que contém, é um inqualificável, não consigo arranjar um adjectivo que lhe faça justiça. Vou ficar aqui quieta à espera que o nó na garganta se desfaça....

1 comentário:

Anónimo disse...

Não li, mas vi o filme e adorei. Estou a ler memórias de uma gueixa e recomendo. :)
Beijo,
Maria