Autor: José Rodrigues dos Santos
Editora: Gradiva
Sinopse:
A vida de José Branco mudou no dia em que entrou naquela aldeia perdida no coração de África e se deparou com o terrível segredo. O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo.
No seu pequeno avião, José cruza diariamente um vasto território para levar ajuda aos recantos mais longínquos da província.
O seu trabalho depressa atrai as atenções e o médico que chega do céu vestido de branco transforma-se numa lenda no mato.
Chamam-lhe o Anjo Branco.
Mas a guerra colonial rebenta e um dia, no decurso de mais uma missão sanitária, José cruza-se com aquele que se vai tornar o mais aterrador segredo de Portugal no Ultramar.
Inspirado em factos reais e desfilando uma galeria de personagens digna de uma grande produção,
O Anjo Branco afirma-se como o mais pujante romance jamais publicado sobre a Guerra Colonial - e, acima de tudo, sobre os últimos anos da presença portuguesa em África.
Opinião por Philippe Ferreira:
José Rodrigues dos Santos é talvez o meu autor português favorito. Desde que comecei a devorar os seus romances que tenho esperado pelos seguintes com cada vez mais ansiedade.
O "Anjo Branco" é um romance muito interessante pois aborda um tema que talvez nunca me suscitou interesse, a Guerra Colonial. Descreve a vida de José Branco, desde o seu nascimento em Penafiel na década de 1930 até ao fim da Guerra Colonial. O protagonista viria a ser médico em Moçambique e a criar o Serviço Médico Aéreo.
Ao longo de todo o livro, é notório o racismo dos colonos e a discriminação de que os moçambicanos eram alvo. São também explicados os motivos que levaram os "Turras" a entrar em guerra e a forma como a guerra se desenvolveu.
O livro está escrito de uma forma muito fluída e é extremamente fácil de ler.
O tema abordado é fascinante e os inúmeros factos espalhados ao longo das páginas comprovam a excelência do autor como investigador. A única crítica que posso tecer trata dos períodos descritivos que acabam por se repetir e atrasar a história. Contudo, não deixa de ser um livro que se lê muito rapidamente.
Penso que a história de José Branco daria um bom filme e espero que um dia tal aconteça.
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