30 de novembro de 2011

Opinião - Encontros Marcados

Título: Encontros Marcados
Autor: Gonçalo Cadilhe
Editora: Clube do Autor

Sinopse:
Quando se junta na mesma pessoa o viajante, o escritor e o supersticioso daqueles que acredita, no destino, mas só depois de ele ter acontecido -qual é o resultado? Gonçalo Cadilhe revela agora alguns dos momentos marcantes que o ajudaram a definir a sua carreira de viajante, a sua vida de espírito livre e o mundo em que se move. São os encontros marcados pelo destino e com os quais o autor nos surpreende numa colecção de textos luminosos, sobre tudo o que nos pode acontecer a viajar pelo mundo; ou em casa a ler sobre esse mundo; ou na vida, quando crescemos, e só mais tarde, ao olhar para trás, percebemos a marca que deixou.

Opinião por Susana Fino:
O último livro que li foi o “Encontros marcados”, do Gonçalo Cadilhe. Confesso que, quando o comecei a ler, não tinha as minhas expectativas demasiado elevadas e talvez esse tenha sido um dos motivos pelos quais o livro me surpreendeu pela positiva.
Neste livro, que acaba por ser, como é dito pelo próprio, o mais pessoal dos seus livros, Gonçalo Cadilhe descreve os encontros mais importantes que viveu durante as suas várias – e distantes – viagens e que, por um motivo ou outro, o marcaram profundamente. Encontros com outras culturas, com outras pessoas e consigo próprio.
Um dos exemplos descritos no livro que mais recordo é o do encontro que o autor teve com uma família norte-americana – pai, mãe e duas filhas – que estava a dar uma volta ao mundo em sentido inverso à dele, para aproveitar o último ano que iriam, provavelmente, estar a viver com as duas filhas e para lhes mostrar, entre outras coisas, que os restantes países do Mundo (fora EUA) não eram hostis e que eles (americanos) seriam bem recebidos em todos eles, desde que respeitassem as regras e as culturas locais. Esta história, em particular, lembrou-me que todos os estereótipos que temos sobre as diversas culturas não são mais do que meros… preconceitos. Que é necessário viver com cada um dos povos que habita este planeta, compreendê-los, para que possamos ter, nós próprios, uma visão e uma opinião sobre cada um deles. Acima de tudo, o mais interessante neste livro é a capacidade de transmitir uma perspectiva das diferenças culturais e da forma como cada povo reage às mesmas circunstâncias (por exemplo, na descrição que faz dos processos de obtenção de visto em países africanos, ou na forma como foi recebido no hostel na Austrália, entre outros). A leitura deste livro permite-nos ter uma percepção de como é viajar nesses países.
Este livro contém também algumas dicas (preciosas) sobre viagens e, estando eu a planear uma viagem à Índia no início do próximo ano (e não sendo eu, de forma alguma, uma pessoa com muita experiência nesta matéria), irei respeitar, certamente, algumas das dicas que são dadas pelo autor.
Este livro é uma colecção de experiências e aventuras do autor, que já passou por tantos e tão diferentes países. Agora estou curiosa (bastante até) para ler os outros livros de Gonçalo Cadilhe e ver o que o futuro lhe reserva em termos literários.

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