10 de setembro de 2011

Opinião - Soberba Escuridão

Título: Soberba Escuridão
Autor: Andreia Ferreira
Editora: Alfarroba

Sinopse:
"Quando o relógio pisca as doze horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada. A partir daí, todo o seu mundo desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender.
Cega de paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. Ele esconde segredos que a levarão para perigos que parecem emergir das profundezas do inferno."

Opinião por Ana Rita Domingos:
Para quem ainda não teve a oportunidade de ler este livro, “Soberba Escuridão” pode ser entendido como mais um no extenso universo da literatura fantástica. Desengane-se quem possa pensar assim pois Andreia Ferreira conseguiu trazer-nos um romance fantástico inovador que de certo agradará aos leitores fartos dos mesmos livros repetitivos, carregados de clichés. Em oposição a esses mesmos livros, onde predominam mundos fictícios, reinos deslumbrantes, personagens assustadoramente perfeitas e inatingíveis ao leitor comum e uma ânsia de marcar lugar nos tops com a criação de mais uma de entre tantas histórias semelhantes, esta leitura emerge-nos num “reino” muito mais palpável: Braga.
Assim, a autora conseguiu, na perfeição, criar um enredo de deleite sem ter a necessidade de viajar para longe do nosso lindíssimo país que é Portugal. Só por este aspecto, já é louvável a sua coragem por apostar num cenário acolhedor e familiar a tantos leitores portugueses. Para mais, o livro relatado na primeira pessoa, Carla, leva a que o leitor se sinta mais próximo daquilo que são os sentimentos e experiências vividas pela protagonista: uma rapariga simples, nascida e criada em Braga, uma rapariga com um fascínio pelo fantástico, é certo, devorando livros de Anne Rice, Stephenie Meyer e Stephen King. Uma rapariga que, a partir de uma fatídica noite, se vê lançada numa maratona de sensações, medos, perdas, conquistas… uma maratona que a conduz a Caael, um misterioso e arrebatador personagem que a torna ignorante e cega a todas as excentricidades que ocorrem à sua volta. O final da leitura é, simplesmente, de deixar o leitor a desejar e desesperar por mais, terminando com uma sugestiva cena que, além de chocar por ser inesperada, promete uma desejada continuação após aquilo que se pode caracterizar como uma história muito bem conseguida, muito bem idealizada.
É de congratular a editora pela aposta nesta autora e no seu romance. Uma jovem autora portuguesa que, se lhe for dada oportunidade, com a devida publicidade e divulgação a nível nacional, nos poderá encantar e seduzir para uma leitura simples, pouco elaborada, é certo, mas essencialmente viciante pelos inúmeros mistérios com que nos presenteia ao longo das suas páginas, mistérios esses que tornam quase impossível largar o livro até que seja consumido na sua íntegra. Um excelente livro, talvez mais dirigido para um público jovem/jovem adulto que me surpreendeu pela positiva e que penso ser merecedor das melhores críticas. Três palavras para esta obra: uma excelente estreia!

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