8 de julho de 2011

Entrevista a Sónia Louro

Sobre a escritora:
Sónia Louro nasceu em 1976 em França. Desde cedo apaixonada pelas Ciências e pela Literatura, acabou por optar academicamente pela primeira, mas nunca abandonou a sua outra paixão. Licenciou- -se em Biologia Marinha, mas não perdeu de vista a Literatura, à qual veio depois a aliar a um outro interesse: a História.

Entrevista:

Começaste a escrever com que idade?
Lembro-me de escrever desde que aprendi a fazê-lo, portanto comecei com seis anos.

Como surgiu este sonho de escrever um livro?
O sonho de escrever um livro penso que apareceu um pouco antes dos seis anos, quando eu andava com livros infantis de um lado para o outro e sentia uma certa frustração por não conseguir lê-los. Quando aprendi a ler, li todos esses livros que me tinham desafiado durante tanto tempo e gostei da ideia de escrever aquelas histórias e pensei que gostaria de fazer livros como aqueles sem saber muito bem o que estava de facto a desejar.

Foi fácil lançares-te no mundo literário?
Foi difícil. As portas das editoras, se não estão fechadas, estão pelo menos encostadas. É necessário muita perseverança e alguns ombros amigos em quem nos apoiar e que não nos deixam desistir.

Onde vais buscar a tua inspiração?
Não sei. Acho que não há um local exacto para ninguém.

Como é o teu processo criativo? Tens algum ritual?
Não sei se é um ritual, ou um processo criativo, mas sei que quando não consigo avançar numa cena que estou a escrever vou fazer jogging e normalmente a ideia vem.

Quais são as tuas referências literárias?
As minhas referências literárias são Gabriel Garcia Marquez, José Saramago e Eça de Queiroz.

Qual o teu livro preferido?
Não dá para escolher só um. Seria uma grande injustiça para vários livros e para os autores também.
Do Amor e Outros Demónios, de Gabriel García Márquez.
Intermitências da Morte e Memorial do Convento, de José Saramago.
A Capital, de Eça de Queiroz.

Qual a tua citação preferida?
Vita contingit. Vive cum eo. É uma citação em latim que significa: A vida acontece. Vive com ela.

Qual foi o último livro que leste?
A Ilustre Casa de Ramires.

Se tivesses de escolher uma banda sonora para acompanhar a leitura deste livro, qual seria?
Não consigo fazer essa escolha, pois não sou capaz de ler ou escrever e ouvir música ao mesmo tempo.

Queres desvendar-nos um pouco da história?
Este livro baseia-se na premissa que Fernão Mendes Pinto, ao escrever Peregrinação, não terá escrito tudo o que queria por causa da censura da época. Baseada nisso, e munida de documentos e vários livros, escrevi uma obra com aquilo que ele eventualmente poderia ter querido escrever e não escreveu. Em paralelo, decorre uma outra história de suspense, na qual um jovem, por ter na sua posse um manuscrito muito antigo, se vê envolvido em vários problemas.

Com qual das personagens te identificas mais?
Acho que não me identifico com nenhuma.

Ainda te lembras como foi o primeiro autografo que deste? A quem? Onde? O que significou para ti dar esse autografo?
Julgava que não, mas por acaso até me lembro. O primeiro autógrafo que dei foi quando fui buscar à editora alguns exemplares do meu primeiro livro. Fui para casa da minha melhor amiga, que até hoje é a primeira pessoa a ler os manuscritos que escrevo, e dei-lhe uma cópia autografada. Foi sobretudo para lhe retribuir por tudo o que ela já tinha lido meu antes e que o esforço dela também tinha compensado. E a sensação nesse momento foi a de ter chegado finalmente ao fim de um caminho. Um caminho apenas. Havia e há outros, mas naquele momento aquele estava feito.

Quais são os teus planos e objectivos para o futuro?
Continuar a escrever mais e melhor.

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