Autor: Tiago Rebelo
Editora: Presença
Sinopse:
Francisca e Afonso são um casal de repórteres de guerra que se conheceu na Terra Santa, em dias pautados pelo ruído dos Scuds iraquianos, a que o autor poeticamente chamou «dias de pólvora». Mas os clarões que em 1991 incendiavam os céus de Jerusalém e de Bagdad perdiam todo o seu fulgor perante a luminosidade quase incandescente da paixão que unia os dois repórteres. Muitos outros cenários de guerra testemunhariam o amor, o entendimento pleno que os tornava tão íntimos e felizes. Mas a proverbial inveja dos deuses não tolera uma felicidade em estado puro, e a sua intervenção não se fez esperar. Francisca e Afonso iriam ter pela frente a mais dura prova à intensidade da sua paixão.
Com o sugestivo título "Encontro em Jerusalém", o mais recente livro de Tiago Rebelo conquista-nos de forma imediata e incondicional através de uma narrativa que concilia autenticidade e arrebatamento na justa medida, e que nos deixa absolutamente rendidos ao seu subtil poder de encantamento. Baseado nas experiências das reportagens de guerra do escritor, nomeadamente em dois dos conflitos que mais marcaram a década de 90 — a Guerra do Golfo e a Guerra da Bósnia —, "Encontro em Jerusalém" surpreende-nos pela extraordinária riqueza e verosimilhança dos cenários, de um rigor documental, e das personagens que neles se movem, e revela-nos ainda o conhecimento profundo que o autor tem dos ambientes socio-políticos descritos.
Opinião por Joana Azevedo:
A obra, baseada na experiência das reportagens de guerra do autor, fala-nos sobre a vida e a carreira profissional em comum de um casal de repórteres de guerra, Afonso e Francisca, que acompanha ao vivo alguns dos conflitos armados mais importantes do século XX. Nesse sentido, a acção desenvolve-se entre Portugal, o Médio Oriente e os Balcãs, em Países como Israel e a (agora) Bósnia-Herzegovina.
Os protagonistas conhecem-se e apaixonam-se na estranha cidade de Jerusalém, nas vésperas da Operação Tempestade no Deserto, levada a cabo durante a Guerra do Golfo. Esta inicia-se em 1990, com a invasão do Kuwait pelo Iraque. A comunidade internacional reagiu de imediato e uma coligação de países ocidentais e árabes desencadeou a supracitada Operação, com vista à retirada das tropas iraquianas do território ocupado. Para o sucesso desta contribuiu a altamente desenvolvida tecnologia militar americana, cujas bombas inteligentes atingiam e forma certeira os mais importantes locais controlados pelas tropas iraquianas.
Afonso e Francisca seguem estes acontecimentos a partir de Jerusalém, uma vez que foi impossível à maior parte dos jornalistas obter vistos de entrada no Iraque e se previa que este, após o ataque dos Estados Unidos, bombardeasse os territórios israelitas, para que Israel se juntasse à coligação internacional, o que, certamente, faria os países árabes que a ela se uniram abandonarem-na. Assim, apesar de o país não ter entrado na Guerra do Golfo, os mísseis iraquianos espalharam o terror entre a população, pois, não dispondo da inteligência das bombas americanas, caiam ao acaso no solo, matando tanto militares como civis.
Juntos, estiveram também na cidade de Sarajevo, durante a Guerra da Bósnia. Na sequência da queda do Muro de Berlim, quando os regimes comunistas do leste europeu se começaram a desmoronar, também a Federação da Jugoslávia entrou em colapso. Após a Eslovénia e a Croácia autoproclamarem a sua independência o clima de guerra instalou-se na região da Bósnia, onde os conflitos entre as comunidades muçulmana, sérvia e croata cresciam de dia para dia, a par de negociações infrutíferas. A União Europeia acabou por impor um referendo à população. Contudo, esta medida alterou ainda mais os ânimos, provocando a ira dos sérvios que, sabendo-se em minoria, não aceitaram que a população decidisse o futuro da região e ignoraram o referendo. Surgiram os primeiros banhos de sangue e o conflito rapidamente evoluiu para uma medonha guerra civil, que durou cerca de uns longos três anos, em que mrreram milhares de civis.
Na altura em que os nossos repórteres aqui estiveram, Sarajevo era uma das cidades mais perigosas do mundo, onde a qualquer momento se podia morrer num tiroteio, num bombardeamento ou simplesmente vítima da pontaria certeira de um sniper – franco-atiradores que dispunham de armas com miras telescópicas que escondiam nos edifícios e conseguiam matar a grande distância qualquer pessoa, com uma margem de erro praticamente inexistente. Aqui, Afonso e Francisca testemunharam cenas impressionantemente chocantes.
Ao longo da trama o autor dá-nos a conhecer, ainda, um pouco do conflito israelo-árabe, assim como o cosmopolitismo da cidade de Jerusalém, arranjando, também, espaço para movimentações de terroristas suicidas.
Sobre tudo o que conta, o autor revela, além de um talento nato de romancista, um conhecimento profundo das realidades políticas e sociais, adquirido não só de experiências mas também de muitas leituras.
Além de tudo isto, o livro comporta uma belíssima história de amor, de duas pessoas que se completam, pontuada por muitos obstáculos, mas extremamente enternecedora.
Eu adorei este livro. É espantoso porque consegue ser, ao mesmo tempo, um romance histórico, de amor, arrebatador, comovente e capaz de nos deixar cm o coração nas mãos, em alguns momentos. Empolgante e simplesmente extraordinário.
Editora: Presença
Sinopse:
Francisca e Afonso são um casal de repórteres de guerra que se conheceu na Terra Santa, em dias pautados pelo ruído dos Scuds iraquianos, a que o autor poeticamente chamou «dias de pólvora». Mas os clarões que em 1991 incendiavam os céus de Jerusalém e de Bagdad perdiam todo o seu fulgor perante a luminosidade quase incandescente da paixão que unia os dois repórteres. Muitos outros cenários de guerra testemunhariam o amor, o entendimento pleno que os tornava tão íntimos e felizes. Mas a proverbial inveja dos deuses não tolera uma felicidade em estado puro, e a sua intervenção não se fez esperar. Francisca e Afonso iriam ter pela frente a mais dura prova à intensidade da sua paixão.
Com o sugestivo título "Encontro em Jerusalém", o mais recente livro de Tiago Rebelo conquista-nos de forma imediata e incondicional através de uma narrativa que concilia autenticidade e arrebatamento na justa medida, e que nos deixa absolutamente rendidos ao seu subtil poder de encantamento. Baseado nas experiências das reportagens de guerra do escritor, nomeadamente em dois dos conflitos que mais marcaram a década de 90 — a Guerra do Golfo e a Guerra da Bósnia —, "Encontro em Jerusalém" surpreende-nos pela extraordinária riqueza e verosimilhança dos cenários, de um rigor documental, e das personagens que neles se movem, e revela-nos ainda o conhecimento profundo que o autor tem dos ambientes socio-políticos descritos.
Opinião por Joana Azevedo:
A obra, baseada na experiência das reportagens de guerra do autor, fala-nos sobre a vida e a carreira profissional em comum de um casal de repórteres de guerra, Afonso e Francisca, que acompanha ao vivo alguns dos conflitos armados mais importantes do século XX. Nesse sentido, a acção desenvolve-se entre Portugal, o Médio Oriente e os Balcãs, em Países como Israel e a (agora) Bósnia-Herzegovina.
Os protagonistas conhecem-se e apaixonam-se na estranha cidade de Jerusalém, nas vésperas da Operação Tempestade no Deserto, levada a cabo durante a Guerra do Golfo. Esta inicia-se em 1990, com a invasão do Kuwait pelo Iraque. A comunidade internacional reagiu de imediato e uma coligação de países ocidentais e árabes desencadeou a supracitada Operação, com vista à retirada das tropas iraquianas do território ocupado. Para o sucesso desta contribuiu a altamente desenvolvida tecnologia militar americana, cujas bombas inteligentes atingiam e forma certeira os mais importantes locais controlados pelas tropas iraquianas.
Afonso e Francisca seguem estes acontecimentos a partir de Jerusalém, uma vez que foi impossível à maior parte dos jornalistas obter vistos de entrada no Iraque e se previa que este, após o ataque dos Estados Unidos, bombardeasse os territórios israelitas, para que Israel se juntasse à coligação internacional, o que, certamente, faria os países árabes que a ela se uniram abandonarem-na. Assim, apesar de o país não ter entrado na Guerra do Golfo, os mísseis iraquianos espalharam o terror entre a população, pois, não dispondo da inteligência das bombas americanas, caiam ao acaso no solo, matando tanto militares como civis.
Juntos, estiveram também na cidade de Sarajevo, durante a Guerra da Bósnia. Na sequência da queda do Muro de Berlim, quando os regimes comunistas do leste europeu se começaram a desmoronar, também a Federação da Jugoslávia entrou em colapso. Após a Eslovénia e a Croácia autoproclamarem a sua independência o clima de guerra instalou-se na região da Bósnia, onde os conflitos entre as comunidades muçulmana, sérvia e croata cresciam de dia para dia, a par de negociações infrutíferas. A União Europeia acabou por impor um referendo à população. Contudo, esta medida alterou ainda mais os ânimos, provocando a ira dos sérvios que, sabendo-se em minoria, não aceitaram que a população decidisse o futuro da região e ignoraram o referendo. Surgiram os primeiros banhos de sangue e o conflito rapidamente evoluiu para uma medonha guerra civil, que durou cerca de uns longos três anos, em que mrreram milhares de civis.
Na altura em que os nossos repórteres aqui estiveram, Sarajevo era uma das cidades mais perigosas do mundo, onde a qualquer momento se podia morrer num tiroteio, num bombardeamento ou simplesmente vítima da pontaria certeira de um sniper – franco-atiradores que dispunham de armas com miras telescópicas que escondiam nos edifícios e conseguiam matar a grande distância qualquer pessoa, com uma margem de erro praticamente inexistente. Aqui, Afonso e Francisca testemunharam cenas impressionantemente chocantes.
Ao longo da trama o autor dá-nos a conhecer, ainda, um pouco do conflito israelo-árabe, assim como o cosmopolitismo da cidade de Jerusalém, arranjando, também, espaço para movimentações de terroristas suicidas.
Sobre tudo o que conta, o autor revela, além de um talento nato de romancista, um conhecimento profundo das realidades políticas e sociais, adquirido não só de experiências mas também de muitas leituras.
Além de tudo isto, o livro comporta uma belíssima história de amor, de duas pessoas que se completam, pontuada por muitos obstáculos, mas extremamente enternecedora.
Eu adorei este livro. É espantoso porque consegue ser, ao mesmo tempo, um romance histórico, de amor, arrebatador, comovente e capaz de nos deixar cm o coração nas mãos, em alguns momentos. Empolgante e simplesmente extraordinário.
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