Opinião - Mutilada

Título: Mutilada

Autor: Khadi
Editora: Asa

Sinopse:
A denúncia de uma bárbara realidade cometida em nome da tradição.
Todos os anos 2 milhões de raparigas são excisadas.
130 milhões de mulheres foram já submetidas a estas mutilações em todo o mundo. Segundo as vozes da tradição, a excisão aumenta a fecundidade das mulheres, garante a pureza e virgindade de uma jovem bem como a fidelidade de uma esposa… Na realidade, esta mutilação bárbara põe em perigo a vida das jovens raparigas que a ela são submetidas, priva-as do prazer e destrói para sempre as suas vidas enquanto mulheres.
O testemunho de Khady é o de uma criança que, aos sete anos, viveu este pesadelo e que, uma vez mulher, tomou consciência da barbárie desta prática. É o percurso de uma sobrevivente que denuncia, com uma coragem extraordinária, aquilo que teve de suportar, uma militante que luta sem descanso para salvar as crianças do horror que ela própria foi obrigada a viver.

Opinião por Patrícia Dias:
A propósito de uma reportagem que vai passar num canal nacional sobre a excisão e todo o tipo de mutilações que, ainda hoje, muitas crianças sofrem, devido a crenças e diferenças culturais. Li o livro "Mutilada" da autora Khady, que conta a sua própria história. É estarrecedorler os pormenores a sangue frio, sentimos um pouco deveras a dr física mas também emocional de ser forçada a fazer algo com que não se concorda, tão pouco se percebe o porquÊ. Aos olhos da Medicina, da Civilização e dos Direitos Humanos, isto é um atentado à integridade feminina. Eu sou da opinião que nenhuma cultura deve aceitar isto, assim como as touradas de morte em Barrancos, assim como permitir o apedrejamento no Irão como pena, é desumano, é inaceitável, pelo menos para mim. Já para não falar nas causas da excisão, À Mulher não é permitida a sensação de prazer? Isto é tão ignorante como violento, por mais que tente não entendo nem perdoo este tipo de actos, e para a autora se submeter a expôr a sua própria história, é porque não se conforma, tendo ela crescido sob aqueles ensinamentos. Pergunto eu: Não estará na hora de fazermos algo para parar isto, permitir é quase tão grave como fazer...