10 de março de 2011

Opinião - História do Rei Transparente

Título: História do Rei Transparente
Autor: Rosa Montero
Editora: Edições Asa

Sinopse:
Sob uma pele de ferro, o coração de Leola palpita por aventura, e a sua coragem leva-a numa turbulenta viagem rumo à liberdade.
Num tumultuoso século XII, Leola, uma camponesa adolescente, despe um guerreiro morto num campo de batalha e veste as suas roupas para se proteger sob um disfarce viril. Assim começa o vertiginoso e emocionante relato da sua vida, uma peripécia existencial que não é apenas de Leola mas também nossa, porque este romance de aventuras com ingredientes de fantástico fala-nos, na verdade, do mundo actual e do que todos nós somos.
A História do Rei Transparente é uma insólita viagem a uma Idade Média desconhecida, relatada de uma forma tão vívida que quase se consegue sentir na pele, uma fábula que comove pela sua grandeza épica. Original e poderoso, o novo romance de Rosa Montero tem essa força transbordante dos livros destinados a converterem-se em clássicos.

Opinião por Inês Montenegro:
A primeira coisa que me chamou a atenção neste livro foi a escrita: a autora consegue desenvolver a narrativa de uma forma simultaneamente bonita e simples, perfeitamente capaz de nos oferecer o espaço geográfico e as características das personagens sem se tornar maçuda.

A história, narrada na primeira pessoa, passa-se na França da Idade Média, girando em torno do crescimento psicológico e espiritual de Leola, que nasce uma plebeia do campo e termina a vida como sendo muito mais. É interessante ver como a sua visão do mundo e das pessoas que nele encontra se vai alterando conforme o conhecimento que as experiências lhe dão – sim, ela reencontra durante a vida locais e indivíduos, o que salienta muito bem o tal crescimento de que falei.

Apesar do que temi várias vezes ao longo da narrativa, não ficaram pontos por atar. Era a única coisa que teria sido capaz de me fazer arrancar cabelos durante esta leitura, mas apesar de me ter mantido o coração na boca até ao final, a autora não se esqueceu de nada, bendita seja!

Pessoalmente, adorei o modo como factos históricos (cronologicamente incorrectos, e por vezes alterados, como salienta a própria autora nas notas finais) se entrelaçam com a carga fantasiosa, própria da época. Ao mesmo tempo encontram-se verdadeiras bizarrices que eu jurava terem saído da imaginação da Rosa Montero, e afinal vim a saber terem sido verídicas!
E o Rei Transparente? Essa é uma história dentro da história, com a qual volta e meia nos deparados, ficando a saber um pouco mais de cada vez que tal acontece. No final, sabemos tudo… Na medida do possível.

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