20 de fevereiro de 2011

Opinião - Viver sem ti


Título: Viver sem ti
Autor: Jorge Bucay
Editora: Pergaminho

Sinopse:
Irene é uma prestigiada terapeuta de casais que dedicou toda a sua carreira a investigar os mecanismos do amor e a ajudar os seus pacientes a recuperar a autoconfiança após uma separação. A sua vida familiar e pessoal, aparentemente organizada e tranquila, vê-se virada do avesso no dia em que (ignorando o sábio conselho da sua avó Justina, que dizia «quem busca o que não deve, encontra o que não quer») descobre, no bolso do casaco do seu marido Luís, a factura de um quarto de hotel em que ele esteve… com outra mulher. A partir desse momento, Irene inicia um processo que tantas vezes ajudou os seus pacientes a encetar: o da separação, da aceitação de que a sua relação com Luís chegou ao fim. Prepara-se então para partir em busca de um novo amor, um caminho que a leva à autodescoberta e ao reconhecimento do seu poder de escolha. Com inteligência, sabedoria e muito sentido de humor, os autores do best-seller internacional Amar de Olhos Abertos apresentam ao longo destas páginas a chave para escutar o coração e descobrir a autenticidade nas relações amorosas.

Opinião por Susana Fino:
Quando comecei a ler este livro pensei que seria apenas mais um livro sobre relacionamentos falhados. No entanto, enganei-me (felizmente). Este “pequeno” livro (197 páginas) trouxe-me uma nova visão do “amor”, tornando-se mais um livro de auto-reflexão do que de romance/ficção.
Este livro centra-se na personagem de Irene, uma reconhecida terapeuta de casais, casada e com uma família constituída que, de um momento para o outro, se vê confrontada com a infidelidade do marido e o inevitável divórcio (após falhadas tentativas de reconciliação). No entanto, e apesar de pensar, num primeiro momento, que seria finalmente livre (após anos e anos de casamento), vê-se confrontada com várias dificuldades, a maioria delas colocada por ela própria. Situações que reconhece existir enquanto terapeuta, que ajudou inúmeros pacientes a superar, mas que ela própria não consegue ultrapassar. Este livro dá-nos a visão, na primeira pessoa, das dificuldades com que uma mulher divorciada, com mais de 40 anos, se confronta na sociedade de hoje, os pensamentos, os insucessos, os amores.
Mas desengane-se quem pense que o livro serve apenas como um “guia” para pessoas que, por uma razão ou outra, se separaram. O livro transmite-nos igualmente mensagens muito importantes que podem (e devem) ser utilizadas para manter uma relação sã com a pessoa que amamos. E foi nessa perspectiva que eu afirmo que o livro é interessante: faz-nos perceber que não podemos mudar os outros (apesar de este ser já um cliché) e que não existem relações perfeitas… Uma das mensagens transmitidas é a de que, independentemente das dificuldades típicas do relacionamento e das pequenas coisas que nos irritam na outra pessoa, temos de avaliar se nos sentimos compensados por aquilo que a outra pessoa nos dá (no imediato, a curto prazo, a médio prazo… enfim, essa é uma avaliação cada leitor fará da situação em concreto). E é nessa perspectiva que o livro pode ser uma leitura útil. Relembra-nos que numa relação existem dificuldades, que após a fase da paixão (quando chega o amor), o mais importante é que o saldo (felicidades – tristezas) seja positivo.
Outra das mensagens transmitidas (entre tantas!) é a de que, com a pessoa que se ama, pode-se ser quem é, pode-se agir, pensar, fazer o que se quer, sem ter receio que ela se afaste. E muitas vezes não nos apercebemos da importância disso…
Estas são apenas duas das mensagens transmitidas no livro. No meu entender, existem muitas mais que tornam este livro uma boa leitura.
Recomendo!!!

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