2 de fevereiro de 2011

Opinião - Almas Gémeas


Título: Almas Gémeas
Autor: Alan e Irene Brogan
Editora: Asa

Sinopse:
Alan e Irene conheceram-se num orfanato, nos anos 50. Ele tinha sete anos, ela tinha nove. Eram ambos sensíveis e solitários. Naquele meio hostil, tornaram-se inseparáveis. Mas a proximidade entre meninos e meninas não era bem vista e, embora se desdobrassem em cuidados e peripécias, o inevitável aconteceu: a inocente amizade foi descoberta. Alan foi levado para outro orfanato sem ter, sequer, direito a um adeus. Os anos passaram mas o laço entre eles nunca foi quebrado. Nas suas vidas – frequentemente difíceis, sempre solitárias – sabiam faltar algo. Sem saberem, frequentaram durante anos as mesmas lojas, o mesmo bairro… Até que, um dia, quarenta anos depois, Irene e Alan cruzaram-se casualmente na rua. Ambos souberam de imediato que nada nem ninguém voltaria a separá-los.

Opinião por Bruno Oliveira:
Estou sem palavras, bastante emocionado com esta história! Mas vou tentar de me expressar o que achei deste livro.

Uma história verídica, muito bem relatada, desde o dia em que Alan e Irene perderam as mães. Alan e os seus dois irmãos foram retirados do pai e levados para o lar. Irene ainda foi criada pelos tios durante um tempo, até que um deles morreu e a tia a “expulsou”. Não tendo ninguém para a sustentar, foi levada para o lar.

Lar Rennie Road


A forma como eles sentiram, quando se encontraram pela primeira vez no lar Rennie Road em 1959, é intensa e profunda. Cada palavra, cada brilho, cada cor. As brincadeiras, as cumplicidades, a sintonia. Quando esta amizade foi descoberta, foi de gelar. Alan foi imediatamente transferido para outros lares e mentiram à Irene de que tinha sido adoptado. Ao ler esta parte, senti uma imensa dor no coração e na alma de ambos.

Alan passou por torturas e maus-tratos terríveis e Irene por muito sofrimento psicológico, mas estiveram sempre um com o outro em pensamento e no coração, sempre com a esperança de que um dia voltassem a encontrar-se, o que aconteceu ao fim de 40 anos depois! Afinal, durante este tempo todo, estiveram sempre perto um do outro sem o saberem, por triz se encontrando!

Lê-se com emoção intensa, passando os dias a pensar neles, no que lhes teria acontecido. O fio de suspense mantém-se desde as primeiras linhas até às últimas, das lágrimas e dor até à felicidade plena com o casamento realizado entre ambos.

Reparem num ponto curioso: as semelhanças físicas entre Alan e Irene. As sobrancelhas inclinadas para cima, os narizes e o sorriso!

De regresso a Whitby em 2006, onde ambos haviam brincado juntos enquanto eram crianças

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