26 de janeiro de 2011

Opinião - Se isto é um homem


Título: Se isto é um homem
Autor: Primo Levy
Editora: Editorial Teorema

Sinopse:
Na noite de 13 de Dezembro de 1943, Primo Levi, um jovem químico membro da resistência, é detido pelas forças alemãs. Tendo confessado a sua ascendência judaica, é deportado para Auschwitz em Fevereiro do ano seguinte; aí permanecerá até finais de Janeiro de 1945, quando o campo é finalmente libertado.
Da experiência no campo nasce o escritor que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se sempre dentro dos limites da mais rigorosa objectividade, a vida no Lager e a luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta.
Se Isto é um Homem tornou-se rapidamente um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos judeus.

Opinião por Cristina Delgado:
Não há palavras para descrever este livro. Nem sequer para descreverou imaginar o sofrimento nele contido.

Primo Levi, narra-nos a sua "vida" no campo de concentração de Auschwitz num período de aproximadamente um ano, entre Dezembro de 1943 e Janeiro de 1945. E coloquei vida entre aspas porque, naquelas condições, é difícil considerar que todas aquelas pessoas "viviam", já que a vida deve ser plena de direitos (e também de deveres, claro!) e não uma privação constante e intensa!

Escrito de uma forma simples, crua, sem empolar mas, também, sem esconder os acontecimentos, o escritor-narrador fala-nos do que consegue aguentar um ser humano: a fome insuportável; a doença em corpos debilitados que não era convenientemente tratada; o frio a temperaturas negativas sem roupas adequadas; o sono que nunca era reparador porque uma cama tinha de ser dividida por dois; os sonhos que não davam tréguas; os maus tratos e espancamentos a que eram sujeitos; as regras impostas, a maior parte das vezes, ridículas; os roubos; o trafico e o comercio que se estabelecia com a comida, servindo para "adquirir" diversos objectos; o trabalho forçado; a tão temida selecção para as câmaras de gás; a indiferença perante a morte, morte essa que caminhava lado a lado com a vida; mas também, a amizade que unia dois seres infelizes e famintos que os levava a partilhar o pouco que ainda tinham... seres que pouco tinham a perder, despidos de toda a dignidade que a condição humana exige e merece.

"O que um homem teve coragem de fazer ao Homem".

1 comentário:

Alu disse...

Ola!
Li esse livro há coisa de 3 anos para fazer um trabalho para a universidade. Na altura achei-o espétacular, mas com o tempo esqueci-me que o tinha lido. Obrigada por me relembrar deste autor e desta história.
Alu