16 de outubro de 2021

Opinião – “Halloween Mata” de David Gordon Green

Sinopse

Minutos depois de Laurie Strode, a sua filha Karen e a neta Allyson deixarem o monstro mascarado - Michael Myers - enjaulado e a arder na cave, Laurie é levada de urgência para o hospital com graves ferimentos, mas acreditando que finalmente matou o maior tormento de toda a sua vida. Mas quando Michael se consegue libertar da armadilha que Laurie preparou, o banho de sangue recomeça. Enquanto Laurie luta contra a dor e se prepara para, mais uma vez, se defender dele, consegue inspirar toda a população de Haddonfield a erguer-se contra o monstro imparável. As mulheres da família Strode juntam-se a um grupo de outros sobreviventes do primeiro tumulto de Michael, que decidem tratar do assunto pelas próprias mãos, formando uma multidão que quer caçar Michael Myers… De vez.

Opinião por Artur Neves

Eis que Michael Myers volta de novo à liça pela décima segunda vez em mais um filme da série “Hlloween” que começou em 1978 com "Halloween: O Regresso do Mal". Segundo o registo histórico deste personagem, ele nasceu numa visita de estudo efetuada por John Carpenter a uma instituição de saúde mental no Kentuky, quando ainda era estudante de medicina. Segundo o próprio, o personagem nasceu nessa visita quando um garoto de 12 anos internado com um diagnóstico de esquizofrenia, cruzou com ele um olhar tão hostil, intenso e penetrante que o perturbou profundamente, tendo permanecido na sua memória até se materializar no personagem de Myers e caracterizado como o mal em estado puro. Carpenter descreve-o como uma força de natureza maligna, a corporização do mal absoluto indestrutível e impossível de matar com balas, facadas ou fogo, uma figura mítica ao serviço das trevas.

É esse personagem fictício que povoa os filmes da saga desde que John Carpenter o “libertou” em 1978, como sendo uma criança de seis anos que na noite de Halloween assassinou a sua irmã Judith. Depois de lhe ser diagnosticada esquizofrenia aguda e de ter sido institucionalizado no hospital psiquiátrico onde permaneceu quinze anos, evadiu-se e vive escondido até ao dia de Halloween em que volta à sua cidade natal, Haddonfield no Illinois, para continuar a matar mais adolescentes.

Na sequela anterior de 2018, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) uma personagem representativa da saga ficou indissociavelmente ligada a Michael Myers, sendo o objeto de busca dele em todas as investidas, está retida na cama do hospital para onde foi transportada depois de mais um confronto com Myers que quase a matou com uma facada no abdómen. Ela ainda conseguiu encurrala-lo e lançar-lhe fogo que ela pensa ter conseguido finalmente matá-lo. Mas desenganem-se, o cadáver cambaleante de Myers emerge da armadilha de fogo com a sua máscara um pouco queimada, descaída para um dos lados que confere aquele rosto inerte uma expressão triste, solitária, com alguns resquícios de nobreza que depressa se transformarão nas cenas seguintes.

O realizador David Gordon Green e os argumentistas Scott Teems e Danny McBride constroem a história deste filme à custa do trauma infligido por Myers a Laurie quando esta estava cuidando de duas crianças que ele mata, naquela noite fatídica de 1978 em que ela o enfrenta, (como uma forma de homenagear o original de John Carpenter) tornando-se assim a sua inimiga figadal que ajudada por Tommy Doyle (Anthony Michael Hall) e Lindsey Wallace (Kyle Richards), galvanizam toda a população de Haddonfield para perseguir e matar Myers, que todavia, não tem qualquer vontade de lhes satisfazer os desejos, até porque para 2022 já está prevista mais outra sequela; “Halloween Ends” que por este andar nunca sabemos se será mesmo um final.

“Halloween Mata” serve principalmente os fãs do terror gore, muitas facadas com facas longas, muito sangue a espichar dos pescoços feridos, com bons efeitos especiais de caraterização e é mais sangrento do que Freddy Krueger que durante muitos anos se afirmou como campeão dos sonhos terríficos de donzelas tímidas. Michael Myers renasceu de várias “mortes” e ressurge após décadas de abandono e no sentido restrito do terror pelo terror. Este “Halloween Mata” ocupa um lugar de destaque e contem todos os ingredientes para figurar entre os mais conseguidos filmes de terror pelos seus amantes, categoria a que eu não pertenço.

Tem estreia prevista nas salas para 21 de Outubro

Classificação: 4 numa escala de 10

 

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