13 de dezembro de 2018

Opinião – “Asiáticos Doidos e Ricos” de Jon M. Chu


Sinopse

Rachel Chu (Constance Wu) é uma professora de economia nos EUA e namora com Nick Young (Henry Golding) há algum tempo. Quando Nick convida Rachel para ir no casamento do melhor amigo, em Singapura, ele esquece de avisar à namorada que, como herdeiro de uma fortuna, ele é um dos solteiros mais cobiçados do local, colocando Rachel na mira de outras candidatas e da mãe de Nick, que desaprova o namoro.

Opinião por Artur Neves

No tema; comédia, romance, este é sem dúvida o melhor filme do ano. Porém, não se fica por aqui, pois apresenta um luxo e uma qualidade visual, quer na panorâmica urbana da cidade de Singapura, como no guarda-roupa e nos cenários onde decorre a acção que nos surpreende pela exibição explícita de riqueza neste mundo.
A República de Singapura, é uma cidade-Estado insular localizada na ponta sul da Península Malaia, no Sudeste Asiático, O país é o lar do maior número de famílias milionárias em dólares per capita do planeta. O Banco Mundial considera a cidade como o melhor lugar no mundo para se fazer negócios. O país tem o terceiro maior PIB per capita por paridade do poder de compra do mundo, tornando Singapura um dos países mais ricos do planeta e sendo seguramente a origem dos visitantes que mais frequentam as lojas da nossa Avenida da Liberdade, e que animam o comércio de luxo da cidade de Lisboa.
Quem nos apresenta esta visão do oriente é um realizador nascido nos USA em 1979, que em 2016 dirigiu; “Mestres da Ilusão II” e que agora, com uma história muito simples descrita na sinopse, nos mostra o berço dos ricos, as suas origens, ocupações e objectivos, numa história que para lá do amor e do romance, nos apresenta as raízes e o imobilismo cultural de um povo milenar que se prepara para tomar o mundo com ajuda do dragão Chinês que lentamente desperta da sua secular letargia.
O argumento é inteligente, conseguindo com uma história fácil mostrar uma cultura atávica, obediente a preconceitos em muitos sentidos, mas sem ser descortês ou faltar ao respeito pela sua vetusta idade e consegue isso com uma eficácia difícil de encontrar em filmes deste género. A história apresenta uma visão americanizada da cultura oriental, utilizando a crítica social para mostrar as diferenças sociais entre as culturas em presença, funcionando mais como homenagem ao passado histórico desta cultura milenar e constituindo uma referência formativa da maneira de estar deste povo.
O filme apresenta-nos festas luxuosas em ambientes incríveis em diferentes locais onde a loucura toma conta dos convidados num desatino de comida, bebida e de música. Todavia, constitui-se como um espectáculo agradável à vista e uma comédia divertida representante da cultura oriental mostrando ao longo dos seus 120 minutos, que com um elenco de atores Asiáticos, tem a presença de espírito e a lucidez necessária para nos mostrar como o oriente está a mudar mantendo a sua matriz cultural, adaptando-a aos novos tempos sem contudo a desvirtuar. Muito interessante, recomendo.

Classificação: 7 numa escala de 10

Sem comentários: