18 de dezembro de 2018

Opinião – “Creed II” de Steven Caple Jr.


Sinopse

A vida transformou-se num número de equilibrismo para Adonis Creed. Entre obrigações pessoais e o treino para o próximo grande combate, espera-o o desafio da sua vida. Enfrentar um adversário com laços ao passado da sua família só reforça o peso da iminente batalha no ringue. Rocky Balboa está a seu lado e, juntos, Rocky e Adonis vão enfrentar o seu legado comum, questionar aquilo por que vale a pena lutar e descobrir que nada é mais importante do que a família. Creed II é sobre o regresso ao essencial, para redescobrir como se fez um campeão e recordar que, seja qual for o percurso, não podemos fugir à nossa história.

Opinião por Artur Neves

Aqui temos de novo Sylvester Stallone a fazer render o filão Rocky.
Rocky, tal como Rambo, foram os dois blockbusters que notabilizaram Sylvester Stallone tal como o conhecemos e se Rambo não pode tão facilmente ser reeditado porque se reporta a uma época específica da guerra do Vietnam, Rocky já não segue a mesma obrigatoriedade e pode ser prolongado, agora com o filho do adversário de Rocky, Apollo Creed, para o qual ele se tornou “tio” e tutor depois da morte deste, orientando-lhe todo o seu crescimento.
Rocky, o filme inicial, e as quatro sequelas que se seguiram entre 1976 e 1990, foi ainda prolongado em 2006 com Rocky Balboa. Em 2015, tivemos Creed, que nos apresenta a história de um menino sem pai que o reformado Rocky protege e acompanha no seu crescimento e desenvolvimento na nobre arte do pugilismo que nos USA tem outro significado diferente da Europa, estando fortemente conotado com a essência do sonho Americano, de que quem tiver coragem e empenho para lutar pela vida, há de conseguir o seu objetivo, a felicidade e a fortuna.
Todavia Adonis Creed, (Michael B. Jordan) filho de Apollo, nunca mostra uma personalidade própria e vai titubeando em sucessivos combates em Creed (2015), apenas motivado pela sua juventude e impulsividade natural. Neste Creed II, Adonis é dasafiado por Viktor Drago (Florian Munteanu) que também é pugilista e filho de Ivan Drago (Dolph Lundgren), o homem que matou Apollo Creed no ringue de Rocky IV (1985), também como desforra e redenção de ter sido abandonado pela sua mãe e pela comunidade pugilista Russa na época.
Temos assim toda uma história por detrás da história deste filme em que Adonis toma consciência de si mesmo, da sua posição no mundo, apresentando um desenvolvimento pessoal mais sólido do que em Creed, lutando pela sua credibilidade no meio e não somente pela espírito de vingança sobre a morte do pai, numa altura da vida em que ele próprio se prepara para ser pai, pretendendo deixar à sua descendência uma referencia de idoneidade e valor.
Embora tratando-se de um desporto conotado com violência, Creed II, que apresenta menor intensidade nas lutas do que em Creed, é uma história voltada para os valores da família, tanto passada como presente e futura, onde se pretende ensaiar uma transição de valores geracional de respeito, amizade e entreajuda, em que o resultado global é melhor do que à partida se possa esperar. Explorando igualmente várias situações emotivas do foro familiar, constitui um espetáculo que merece ser visto.

Classificação: 6 numa escala de 10

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