27 de outubro de 2020

Opinião – “As Bruxas de Roald Dahl” de Robert Zemeckis

Sinopse

O realizador Robert Zemeckis reimagina a adorada obra de Dahl para um público moderno. A sua visão inovadora conta a história emocionante e humoristicamente sombria de um jovem órfão (Bruno) que em 1967, vai viver com a sua Avó (Spencer) numa cidade rural do Alabama, Demopolis. Quando o rapaz e a Avó encontram umas bruxas encantadoras, mas diabolicamente traiçoeiras, a avó decide levar o neto para um luxuoso resort à beira-mar. Infelizmente, estes chegam exatamente na mesma altura em que a Grande Bruxa-Mor (Hathaway) decide reunir-se com todas as suas amigas bruxas – disfarçadas – para executar os seus abomináveis planos.

Opinião por Artur Neves

The Witches (As Bruxas) no seu nome original é um romance de fantasia infantil do escritor britânico Roald Dahl. Foi publicado originalmente em 1983 pela Jonathan Cape em Londres. A história passa-se em parte na Noruega e em parte no Reino Unido, mas Zemeckis recentra-as nos USA, mais precisamente no estado do Alabama, apresentando as experiências de um jovem rapaz e sua avó num mundo onde bruxas malvadas que odeiam crianças existem secretamente. Este filme é um remake de outro como o mesmo nome dirigido por Nicolas Roeg em 1990 e que não acrescenta nada de significativo à história, exceto os meios mais avançados de tecnologia digital disponível.

A história passa-se em 1967 e começa pelo trágico desastre rodoviário que motivou a morte dos pais do jovem protagonista Hero Boy (Jahzir Bruno) que depois de ficar órfão é entregue aos cuidados da sua avó Grandma (Octavia Spencer, que continua com excelentes desempenhos em todos os papeis em que participa) que vive na pequena cidade rural Demopolis no Alabama.

Grandma, para lá de ser carinhosa e cuidadora atenciosa do seu neto, reúne um conjunto de conhecimentos sobre plantas e mezinhas caseiras herdado da sua avó que a potenciam como adversária das bruxas, que ela ensina ao neto que existem e que possuem um ódio visceral aos miúdos, a todos os miúdos do mundo, tentando transformá-los em ratos, considerando que o cheiro a bebés, ou a miúdos lavados, as perturbam profundamente.

É ainda sem este conhecimento que o neto tem o seu primeiro encontro com uma bruxa, que ela reconhece depois de ele lhe contar os receios que sentiu com a presença da tal mulher. Para segurança do neto ela prefere ir viver temporariamente para um hotel, sem saber que precisamente naquele local está a organizar-se uma convenção de bruxas, presidida pela Grande Bruxa-Mor (Anne Hathaway) com o objetivo de estabelecerem o plano para transformar todos os miúdos do mundo em ratos.

Claro que o neto ao seu cuidado é descoberto pelas bruxas e transformado em rato o que a obriga a intervir com os seus conhecimentos druídicos, todavia sem sucesso para bruxas tão poderosas, numa batalha onde se utilizam os sofisticados meios técnicos do cinema moderno para transformar a ficção em realidade visível aos nossos olhos, sendo por aqui que o filme tem a sua mais valia como entretenimento, especialmente para os mais jovens, numa altura do ano em que, sucumbindo à cultura americana começa regularmente a festejar-se por cá o dia do Halloween.

Não se pode negar que o filme reúne uma produção cinematográfica extraordinária e contém desempenhos de excelência, onde podemos ver Stanley Tucci no papel de diretor do hotel, já recuperado da grave doença que o atingiu. Oportunamente, o filme tem estreia prevista para a véspera do dia de finados, em 29 de Outubro e constitui uma diversão agradável para toda a família.

Classificação: 5 numa escala de 10

 

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