4 de janeiro de 2012

Opinião - Um dia


Título: Um Dia
Autor: David Nichols
Editora: Civilização

Sinopse:
Podemos viver toda uma vida sem nos apercebermos de que aquilo que procuramos está mesmo à nossa frente.
15 de Julho de 1988. Emma e Dexter conhecem-se na noite em que acabam o curso. No dia seguinte, terão de seguir caminhos diferentes. Onde estarão daqui a um ano? E no ano depois desse? E em todos os anos que se seguirão? Vinte anos, duas pessoas, um DIA.

Opinião por Ana Claúdia Santos:
Sendo uma recente aficionada por leituras, confesso que consegui desenvolver o maior gosto e prazer pela leitura após o término de UM DIA de David Nicholls. Ganhei este livro num passatempo, e achei que seria um sinal qualquer para me incitar a começar a ler, como tanta gente que eu conheço. Afinal, ler é cultivar. O livro tinha imensas críticas, tanto de singulares como da imprensa e fui cativada por essa imagem induzida. Diga-se que o livro a nível de estética não traz grande novidade nem é daqueles exemplos que me deixam aprisionada às estantes das livrarias a apreciar as suas lindas capas. A primeira capa até se apresentava sob duas tonalidades estranhas, que no meio de tantos outros livros se dissimulava. A actual, a meu ver, ainda se conseguiu tornar mais banal e menos apelativa. Contudo, tenho-vos a dizer que a capa não passa de uma terrível enganadora, e o presente livro de que vos falo, fala muito mais do que muitos de nós juntos ao mesmo tempo e veio a revelar-se num dos meus melhores momentos de 2011.

Muito sucintamente, e porque não concordo com as críticas que desenvolvem muito os conteúdos: este livro começa com dois jovens que passam juntos a noite do último dia de curso da faculdade. Depois disso, e como a realidade dos dias hoje retrata, separam-se e seguem rumos completamente díspares. No entanto, os resquícios de tempo em que estiveram juntos conseguem uni-los de uma forma avassaladora. O livro é abordado de ano a ano, a partir da primeira data exposta, e é explorada a actual situação pessoal e profissional de cada um dos protagonistas, onde se inclui, a ligação afectiva que ficou entre os dois... Os anos vão passando, a vida vai avançando e surpresas surgem pelo caminho – alegrias e mágoas – que vão marcando cada espaço de tempo de uma vida inteira de encontros e desencontros... Entre muitas espontâneas gargalhadas que dei - e também lágrimas -, posso-vos dizer que este autor consegue transpor-nos completamente para a história e faz-nos viver muito de perto a vida da Emma e do Dexter, que pode perfeitamente encaixar-se no perfil de cada um de nós. Não temos aqui um romance idílico, mas sim o retrato perfeito de uma situação real, que dá «um estalo sem mãos» perfeito, para quem pensa que na vida tudo é fácil… Aconselho inteiramente a qualquer pessoa, de qualquer idade, a dedicar-se à leitura deste livro porque consegue prender o leitor do princípio ao fim. É uma leitura de uma garantida boa disposição repleta de humor, e para os mais sensíveis, de alguma tristeza característica dos dias menos positivos, tal como no dia-a-dia. No entanto toda a história está carregada de simbolismo - devemos aproveitar a vida ao máximo e nunca promover a existência no nosso dicionário da palavra «desistir».

O livro teve tanto sucesso que foi recentemente adaptado ao cinema e a segunda capa resulta desta evolução. Eu ainda não vi o filme, porque sinceramente tenho receio de ficar desiludida face à opinião com que fiquei do livro… Mas aqui fica a minha opinião: simplesmente adorei o livro e, inadvertidamente, as minhas descrições já prenderam outras pessoas que o estão a ler neste momento.

Se o lia novamente? Sem dúvida…

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