4 de janeiro de 2012

Opinião - Marley & Eu - A vida e o amor do pior cão do mundo

Título: Marley & Eu - A vida e o amor do pior cão do mundo
Autor:
John Grogan
Editora: Casa das Letras

Sinopse:
A história enternecedora e inesquecível de uma família e do seu cão malcomportado que ensina o que realmente importa na vida.

Chamavam-se John e Jenny, eram jovens, apaixonados e estavam a começar a sua vida juntos, sem grandes preocupações, até ao momento em que levaram para casa Marley, "um bola de pêlo amarelo em forma de cachorro", que, rapidamente, se transformou num labrador enorme e encorpado de 43 quilos. Era um cão como não havia outro nas redondezas: arrombava portas, esgadanhava paredes, babava-se todo por cima das visitas, roubava roupa interior feminina e abocanhava tudo a que pudesse deitar o dente. De nada lhe valeram os tranquilizantes receitados pelo veterinário, nem, tão pouco, a "escola de boas maneiras", de onde, aliás, foi expulso.
Só que Marley tinha um coração puro e a sua lealdade era incondicional. Partilhou a alegria da primeira gravidez do casal e o seu desgosto com a morte prematura do feto, esteve sempre presente no nascimento dos bebés ou quando os gritos de uma vítima de esfaqueamento ecoaram pela noite dentro. Conseguiu ainda a "proeza" de encerrar uma praia pública e arranjou um papel numa longa-metragem, através do qual se fartou de "conquistar" corações humanos.
A família Grogan aprendeu, na prática, que o amor se manifesta de muitas maneiras... e feitios.

Opinião por Claúdia Ribeiro
O livro “Marley & Eu” foi a minha companhia numas férias de verão no Algarve.
É difícil fazer um resumo desta história, uma vez que são imensos os episódios engraçados e marcantes.
Este livro fala de um jovem casal, Jenny e John, que decidem levar para casa um pequeno cão. Tudo começa bem, afinal qual é o cachorrinho que não nos faz derreter o coração? No entanto, cedo se apercebem que aquele animal aparentemente inofensivo pode ser uma grande dor de cabeça. O pequeno Lavrador rapidamente se torna num cão de grande porte, atingindo os 43 kg. Não há nada nem ninguém que consiga controlar o seu instinto matreiro, não há sapato nem móvel que resista aos seus dentes. Nem as visitas estão a salvo, a sua baba chega a qualquer lado. Isto para não falar da sua fome insaciável, que coloca em perigo qualquer prato de comida, e faz com que nem os pequenos objectos escapem.
Mas é num dia de chuva que a verdade se revela. John sai de casa para ir buscar Jenny ao aeroporto. Quando regressam encontram a casa completamente destruída pelo animal. Apesar dos médicos lhe recomendarem calmantes para estas alturas, o pavor do animal não abrandava e a cada nova tempestade o pior acabava mesmo por acontecer. Os seus donos decidem então levá-lo para uma escola onde terá aulas/treinos de boas maneiras. Mas nada parece resultar, Marley não consegue ser um bom aluno e acaba por ser expulso. Marley não era mau cão, pelo contrário, era um animal cheio de amor pelos outros e leal como nenhum outro.
Numa certa noite ouviu os gritos de desespero de uma jovem que era agredida na rua. Não descansou enquanto não levou o seu dono até lá para salvar a jovem. Acompanhou ainda a gravidez de Jenny e não saiu de perto dela quando perdeu o bebé. Mudou-se para a casa nova quando a família cresceu e tornou-se um amigo inseparável dos filhos de Jenny e de John.
No entanto, o seu instinto de comer o que lhe aparecia à frente não acalmou com o tempo. E é esse “vício” que acaba por o fazer morrer quando engole um objecto.
Apesar de todas as tropelias deste animal a verdade é que ele fazia parte desta família e o seu amor por eles era incondicional.
Esta é a história do amor de um animal pelos seus donos, mas também dos seus donos por ele, apesar de não ser o cão exemplar em termos de comportamento.
É um livro que nos faz rir, mas também chorar. É um livro comovente, uma óptima companhia em qualquer altura. É fácil imaginar todas as cenas a passarem mesmo diante dos nossos olhos.
Por detrás desta leitura aparentemente suave, está um conjunto de “ensinamentos” que devemos reter: a amizade e lealdade revela-se das formas mais variadas, pelo que temos que ser capazes de aceitar as diferenças, de aceitar que nem sempre os outros nos podem dar somente o que queremos/esperamos que nos dêem. O conceito de família é alargado, vai para além dos seres humanos que a compõem. Mostra-nos que os sentimentos são reais e verdadeiros e que nos podemos afeiçoar a um animal da mesma forma que nos afeiçoamos às pessoas.
Faço apenas um pequeno aviso: existe o risco sério de sermos considerados “malucos” pelas pessoas que nos rodeiam aquando da leitura deste livro. Isto porque há uma enorme probabilidade de sermos apanhados a rir de forma descontrolada com todas as aventuras deste cão inesquecível.

Sem comentários: