20 de julho de 2021

Opinião – “Assalto à Casa Forte” de Jaume Balagueró

Sinopse

O Banco da Espanha não se compara a nenhum outro. Um banco absolutamente impenetrável; que nunca ninguém conseguiu assaltar. Não há projetos, nem há mapas. Não há dados sobre o engenho do cofre. É um mistério total. Além disso, o chefe de segurança guarda o banco ferozmente, como se a sua vida dependesse disso. Este emocionante desafio desperta a curiosidade de Thom (Freddie Highmore), um génio decidido a conhecer os segredos do cofre e chegar às profundezas do banco.

O alvo é um tesouro há muito perdido que só ficará guardado no banco por apenas dez dias. Liderada por Walter (Liam Cunningham), o carismático especialista em arte, a equipa tem apenas dez dias para preparar o assalto e realizar uma fuga nunca vista. Dez dias para planear, mas apenas noventa minutos para cumprir o plano: os noventa minutos da final da Taça do Mundo que atrairá para a porta do Banco da Espanha centenas de milhar de pessoas. Começou a contagem decrescente!

Opinião por Artur Neves

Só comparável aos filmes da “Missão Impossível” de outros tempos ou à saga “Oceans”, esta história constitui um excelente thriller que se prepara para ter continuação considerando o seu fim que aponta já na próxima direção.

Trata-se da preparação de um assalto ao banco presumivelmente mas seguro do mundo em que uma equipa de especialistas em várias modalidades precisa da contratação de um “cérebro” para resolver os problemas mais simples, mas nem por isso menos importantes e fundamentais, para a realização do assalto. Eles possuem a tecnologia mais sofisticada, a experiencia, o planeamento, a capacidade de realização e a audácia, que esbarra num mecanismo de proteção desconhecido que só uma inteligência humana descomprometida pode combater e anular.

“O assalto à Casa Forte” desenvolve o princípio de que tudo o que é seguro pode ser violado, desde que haja vontade, empenhamento e a conjugação sincronizada de esforços no sentido da operação. Temos a sensação de já ter presenciado cenas e cenários semelhantes, mas o filme desenvolve-se com suficiente agilidade e eficiência que nos envolve nas suas premissas tornando agradáveis e emocionantes todos os 118 minutos de duração.

A equipa de Walter (Liam Cunningham) que detém a ideia e os motivos para roubar os dados que ele encontrou no fundo do Mediterrâneo, no interior do galeão afundado é composta por James (Sam Riley), o mergulhador temerário que arranca o segredo do fundo do mar, a mestre dos disfarces com nervos de aço Lorraine (Astrid Berges-Frisbey), protegida de Walter, Simon (Luis Tosar), um veterano de feitio agradável, sentimental e confiável, o mestre dos hackers de computador, tipicamente alemão Klaus (Axel Stein) e o elemento extra tão fundamental como todos os outros Thom Laybrick (Freddie Highmore), de tendência rebelde, recentemente formado em engenharia que rejeita contratos de trabalhos com seis dígitos de remuneração, apenas porque não sabe se se sentirá bem na função oferecida, ou porque simplesmente não está para ali virado, mas aceita o desafio de um desconhecido que o convida a mudar a sua vida para sempre sem lhe revelar como, e que o cativa com o envio de um misterioso texto de aliciamento em que omite a possibilidade de fortuna segura ou prisão para sempre.

Constituída a equipa segue-se a preparação minuciosa do assalto que revela contratempos inesperados, só ultrapassáveis com a drástica limitação do tempo disponível para a ação, aproveitando o jogo da final do campeonato do mundo entre a Espanha e a Holanda que provocará a polarização da atenção de todas pessoas no jogo em progresso.

Para amenizar a história esboça-se um romance entre Thom e Lorraine que promete, mas a cena é de aventura, filmada elegantemente em widescreen por Daniel Aranyo que lembra as movimentações internacionais das histórias dos “Oceans”, bem como a sua estimulante banda sonora potenciando a intensidade do suspense. Como nada é perfeito temos ainda a traição de um dos membros do grupo, que toma em suas mãos um destino próprio e terá repercussões nos próximos capítulos. Para já constitui uma boa aventura de verão, com perigos vários e o espírito de camaradagem necessário para nos animar em mais este ano de chumbo em que as preocupações ainda não terminaram. Muito interessante proporcionando bons momentos de diversão.

Tem estreia prevista nas salas em 12 de Agosto, é de aproveitar.

Classificação: 7 numa escala de 10

 

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