15 de abril de 2020

Opinião – “Love Wedding Repeat” de Dean Craig


Sinopse

Enquanto tenta garantir que o dia do casamento de sua irmã corra bem, Jack (Sam Claflin) encontra-se a fazer malabarismos de socialização com uma ex-namorada zangada, um convidado não convidado que aparece com um segredo explosivo, um sedativo fora do destinatário do sono e a garota que perdeu, devido à sua primeira declaração falhada de amor.
À medida que se desenrolam versões alternativas do mesmo casamento, Jack procura o seu próprio final feliz com o acaso ditando seu futuro e o de todos os presentes.

Opinião por Artur Neves

“Amor, Casamento, Repete”, numa tradução à letra do título original, é um filme que utiliza o artifício de voltar atrás no tempo para nos mostrar uma segunda versão da história inicialmente contada. Tem sido utilizado em vários filmes e do meu ponto de vista não acrescenta valor nem qualidade significativa à história, correspondendo a uma fantasia improvável, muitas vezes destinada somente a adicionar tempo à duração do filme.
O casamento em questão no filme é o de uma noiva inglesa; Hayley (Eleanor Tomlinson) irmã de Jack, com Roberto (Tiziano Caputo) italiano pertencente a uma família tradicional que à partida não vê com muito bons olhos aquele enlace, pelo que é importante que Hayley se afirme sem mácula naquele dia, para o qual ela pede ao irmão para zelar para que tudo corra o melhor possível.
Claro que tudo pode correr mal porque Marc (Jack Farthing), um ex namorado de Hayley, viciado em cocaína, está presente sem ser convidado, na tentativa de a reconquistar estando disposto a destruir toda a cerimónia com todos os meios ao seu alcance, para lá de um segredo que ameaça revelar. É para tentar neutralizá-lo que Jack mistura um soporífero forte ao champanhe de Marc, que por acidente vai ser bebido por Bryan (Joel Fry) a relutante “dama de honor” de Hayley que terá de fazer o discurso de casamento.
Para compor a cena temos ainda a ex namorada de Jack; Amanda (Freida Pinto) descontente com o seu novo e inseguro namorado Chaz (Allan Mustafa), a querer reconquistar Jack que desta vez não quer perder a oportunidade de revelar o seu amor a Dina (Olivia Munn) antes que seja tarde demais.
Nas situações mais decisivas surge a voz de um Oráculo a falar-nos em off sobre o amor, o acaso e a incerteza das decisões humanas, dependente por exemplo da troca dos nomes nos lugares das mesas, pelos miúdos traquinas que acompanham os pais naquela festa e nos faz reviver o mesmo dia do casamento com a mesa organizada de maneira diferente para conduzir a um resultado diferente sendo aqui que a repetição tem lugar.
Dean Craig que já nos mostrou o seu talento de argumentista em; “Morte num Funeral” de 2007 e no remake americano de 2010, tenta aqui uma variação esdrúxula da sua história de sempre não completamente conseguida, embora os assuntos desempenhados por personagens acessórios causem situações divertidas e peculiares em incidentes estudados para prenderem a nossa atenção em todo o filme que não passa de uma mediania vulgar.
Todavia, temos também de reconhecer que nestes dias sombrios não é má ideia fornecer-nos motivos de descontração e de brincadeiras alegres que nos façam esquecer, ainda que por breves momentos a monotonia dos dias mais iguais que outros anteriormente vividos. Esta comédia de constrangimento social pretende ser engraçada o suficiente, na sua simplicidade de tema, sobre um casamento complicado, realizado num pitoresco cenário italiano, acompanhado por peças operísticas de divulgação generalizada e piadas irónicas de diferentes géneros. Disponível na Netflix desde 10 de Abril.

Classificação: 5,5 numa escala de 10


Sem comentários: