27 de dezembro de 2019

Opinião – “The Grudge: A Maldição” de Nicolas Pesce


Sinopse

“The Grudge: A Maldição” é protagonizado por Andrea Riseborough Demián Bichir, John Cho, Betty Gilpin, Lin Shaye e Jacki Weaver. Baseado no filme “Ju-On”, escrito e realizado por Takashi Shimizu, “The Grudge: A Maldição” é produzido por Sam Raimi, Rob Tapert e Taka Ichise.

Opinião por Artur Neves

The Grudge, que significa realmente maldição tornou se um franchise de terror desde 2002, data em que foi realizado por Takashi Shimizu o primeiro filme com o nome “Ju-On”. Seguiram-se duas sequelas em 2004 e 2006, realizadas pelo mesmo autor e com um argumento muito semelhante, considerando que a maldição desperta em todos os locais onde se consuma um assassinato com raiva e se manifesta como uma criança demoníaca.
Em 2009 apareceu uma versão americana da autoria de Toby Wilkim e agora em 2020 (ano de estreia) aparece esta versão também americana realizada por Nicolas Pesce que está em apreciação nesta crónica. Adicionalmente, com origem também nos USA, apareceram dois filmes com o mesmo argumento do “The Grudge”, batizados de “The Ring” (O Anel) o que significa que esta história tem os seus admiradores fiéis em pessoas que procuram uma exaltação constante de medo e surpresa.
É o que se passa neste filme. A história começa pelo anúncio de um crime numa casa também envolvida num assassinato semelhante anos antes. Esse crime, ainda não resolvido provocou sequelas psicológicas nos detetives envolvidos na investigação, um dos quais, Officer Michaels (Bradley Sawatzky) foi apanhado pela maldição, o que lhe causou perturbações mentais ao ponto de ter sido substituído pela Detective Muldoon (Andrea Riseborough) uma agente que perdeu o marido recentemente e procura nova vida para ela e para o filho noutra cidade, um novo recomeço, pensava ela, antes de lhe entregarem e ao companheiro de equipa, Goodman (Demián Bichir) este caso que lhes motiva a visita á casa dos mortos com elevada relutância de Goodman.
Muldoon, na tentativa de vencer este novo desafio posto no seu caminho, voluntaria-se para efetuar a visita à casa, onde encontra Faith Matheson (Lin Shaye, a veterana atriz da série de filmes “Insidious”, 1, 2 e 3, que prova que isto anda tudo ligado) e o cadáver do seu marido já em prolongado estado de decomposição como só o cinema sabe fantasiar e produzir.
Segue-se a descoberta de um automóvel batido contra uma árvore à beira da estrada, onde jaz um corpo indefinível, também em elevado estado de decomposição, bem como, rostos ensanguentados no escuro, ou através do seu reflexo em espelhos, ou movendo-se na sombra, criando no espectador estupefação e surpresa por parecerem eventos isolados e desconexos e são nos realmente, até o realizador porfiadamente os ligar através de flashbacks que compõem meticulosamente a linha do tempo e da história que lhe deu origem sem deixar pontas soltas.
É pois terror de bom nível ao estilo tradicional, suportado por bons efeitos especiais de caracterização, bom ritmo de surpresa e capaz de entusiasmar os mais jovens que ainda se prendem nestas histórias de fantasmas e de mortos que procuram a luz para cativar os vivos para o seu mundo. Vale enquanto dura e a memória dissipá-lo-á com a mesma vertigem com que entrou, recordando-se apenas que com aquele fim é mais do que certo que nova sequela já está em gestação.

Classificação: 4 numa escala de 10

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