30 de julho de 2019

Opinião – “NOMIS” de David Raymond


Sinopse

Lara, uma adolescente, e Cooper (Ben Kingsley), um homem de meia-idade, formam uma equipa improvável, dando caça a predadores sexuais. Lara é o isco, Cooper atua depois.
Contudo, quando um dos predadores os engana e consegue raptar Lara, Cooper é obrigado a incluir o Detetive Walter Marshall (Henry Cavill) e os recursos da polícia na caça ao homem. Com esta ajuda, eles conseguem localizá-la e prender o raptor louco, Simon, que insiste que tudo aquilo é um “jogo” que estão todos a jogar.
Quando desaparecem mais duas raparigas e Simon consegue fugir da esquadra, Marshall e Cooper terão de se unir numa luta contra o tempo para encontrar as vítimas e tentar descobrir a verdade escondida… verdade essa que esteve sempre diante dos seus olhos.

Opinião por Artur Neves

“Nomis” também designado na origem por; “Night Hunter” e que pode ser traduzido por; “Caçador da Noite” é um thriller psicológico que junta na sua história diversos aspectos já abordados individualmente no cinema em diferentes filmes, como o recente “Glass” de 2019 de M. Night Shyamalan, que é em si mesmo uma sequela de; “Fragmentado” de 2016, em conjunto com “O Protegido” de 2000 também de M. Night Shyamalan. Não é que isso tenha algum mal, os bons temas devem ser recriados, se isso for possível, acrescentando-lhes outros elementos que valorizem a história inicial no aspeto da manutenção do interesse do espectador e dentro de certos limites este filme consegue isso embora com algumas fragilidades.
A história centra-se me torno dos predadores sexuais, das suas taras, dos seus métodos de atuação, das suas motivações imediatas e remotas que os levam aos comportamentos desviantes que constituem o desenvolvimento da acção. Este filme não foge à regra do suspense, do condicionamento psicológico, da acção policial na perseguição dos suspeitos, só que adiciona elementos novos na constituição do principal suspeito que introduz alguma renovação ao tema.
Todavia, por falta de orçamento ou de rasgo por parte do realizador as cenas mais empolgantes são criadas sem que para isso sejamos avisados da totalidade da acção e encontramo-nos a pensar “como teria sido possível, isto ou aquilo”…
Então na cena final, para que a morte dos culpados possa assumir-se como castigo divino dos elementos naturais, considerando que até eles estão contra os criminosos, os heróis têm de assumir uma completa inépcia na ação que antes não foi evidenciada aquando da perseguição e caça dos suspeitos. As provas que conduzem aos responsáveis são sempre obtidas em última instancia, de modo absolutamente fortuito e casual, pese embora a parafernália informática ao dispor dos investigadores que só encontram a solução quando uma inspiração, vinda não se sabem bem de onde, lhes ilumina a mente.
David Raymond é um realizador inglês nascido em 1979, em Londres, mas com pouca experiência no meio a julgar pelos filmes que lhe são atribuídos no seu curriculum, a maior parte deles como autor do argumento e menos como realizador, consegue todavia nesta obra, contar uma história coerente, com diversos twists mal suportados mas que ainda assim mantêm uma trama interessante e o interesse do espectador durante todo o visionamento. Vê-se com agrado sem se tornar cansativo.

Classificação: 6 numa escala de 10

Sem comentários: