5 de junho de 2019

Opinião – “X-Men: Fénix Negra” de Simon Kinberg


Sinopse

Esta é a história de uma das personagens mais amadas dos X-Men, Jean Grey, enquanto esta evolui para a icónica Fénix Negra. Durante uma arriscada missão de resgate no espaço, Jean é atingida por uma força cósmica que a transforma no mais poderoso mutante de todos. Enquanto tenta contar a instabilidade desse poder, e também lidar com os seus próprios demónios, Jean perde o controlo, quebrando os laços da família X-Men e ameaçando destruir o próprio planeta. É o culminar de vinte anos de filmes de X-Men, em que a família de mutantes que conhecemos e amamos vai enfrentar o seu mais devastador inimigo – um dos seus.

Opinião por Artur Neves

X-Men é uma série de super-heróis (seja lá o que isso for) da Marvel que inicialmente apareceu em quadradinhos de banda desenhada mas que a 20th Century Fox passou para o grande ecrã em 2000, subindo gradualmente a fasquia até ao 3D e IMAX-3D em que actualmente se encontra, com uma sequência de 12 filmes que seria fastidioso enumerar. A história anda sempre à volta de mutantes que desenvolveram características especiais de superioridade física ou mental que colocam ao serviço do bem e da justiça, como convém, já que para malandros existem muitos outros e estamos fartos deles.
Desta vez e tal como a sinopse descreve, a missão de resgate efetuada pelos X-Men foi para salvar os tripulantes do shuttle Endeavour, cujo lançamento correu mal devido a uma explosão solar, a que a nave dos X-Men é imune e resiste ao calor e ao que mais se verá. A pergunta óbvia é; então se a nave dos X-Men se desloca pelo espaço como cão por vinha vindimada, porque é que andamos ainda com a treta dos shuttles para vencer a força da gravidade terrestre para colocar objetos em órbita?...
Mais elementar ainda é perguntar porque é que o filme se chama “Fénix Negra” se a actriz que a interpreta é particularmente branca!... e como a acompanhamos desde a infância sabemos ainda que em pequena era ruiva e sardenta!... Fénix Negra, porquê?...
Como o leitor pode inferir não sou capaz de dar estas respostas e depois de muito pensar durante o visionamento até fiquei cansado, pois isto de ver tanta energia a sair pelos olhos, pelas mãos, a elevar-se para o espaço, a descer vertiginosamente para o solo, a amachucar comboios e a lutar, cansa o mais forte e as largas dezenas de duplos utilizados nas filmagens, tal como nomeados nos créditos finais do filme.
O que temos aqui é assim uma história de cordel mal-amanhada, que envolve mentiras piedosas, remorsos e traumas de infância, recheada de bons atores (a Marvel e a Fox não deixam os seus créditos por mãos alheias) tais como; James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence e outros de reconhecida competência em Holywood cujas imagens são entregues aos desenvolvedores de efeitos especiais e de caracterização e os transformam neste arrazoado de luz, som, riscos e cores, potenciados pelo IMAX e pelo 3D, complementados pela música de Hanz Zimmer, aqui irreconhecível se a compararmos com a banda sonora de “O Gladiador (2000)”, ou de “A Origem (2010)”. Em todas as cenas tenta-se atingir o clímax do poder em abstracto, tanto quanto o mal ou o bem estão em alta, como tal a música envolvente é sempre apoteótica, evocativa, que somente serve o momento.
Todavia este cinema tem os seus seguidores e os seus amantes para os quais já só esperam que o próximo filme que lhes traga esta branca Fénix Negra novamente em ação e o correspondente sucesso de bilheteira para a distribuidora. Para mim nem tanto, como tal, dispenso-me de o classificar.

Classificação: _ numa escala de 10

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