24 de agosto de 2018

Opinião – “Alpha” de Albert Hughes


Sinopse

Uma aventura épica passada na Idade do Gelo. ALPHA conta uma história fascinante e visualmente deslumbrante que ilumina as origens do melhor amigo do homem. Durante a sua primeira caçada com o grupo de elite da sua tribo, um jovem é ferido, devendo então aprender a viver sozinho no deserto. Nesse caminho confronta-se com um lobo solitário abandonado pela sua alcateia que acaba por tornar-se um aliado improvável. No processo de domação do lobo pela sua alcateia, o par aprende a confiar um no outro, ultrapassando inúmeros perigos e adversidades, a fim de encontrar o caminho de volta para casa.

Opinião por Artur Neves

No alvorecer da humanidade, na Europa paleolítica, sem nações, á 20 000 anos atrás, isenta da presença humana em plena Idade do Gelo decorre esta história que nos pretende mostrar o início da ligação entre homens e cães, através de uma fábula de um rapaz perdido e ferido e de um lobo abandonado à sua sorte depois de uma tentativa de ação de caça, da alcateia a que pertencia.
A paisagem é completamente desolada, terra infinita sem qualquer vestígio de habitação onde os animais existem no seu estado natural e onde impera a lei do mais forte como única regra para a necessidade de subsistência. Os elementos naturais do terreno, ora acidentado, ora plano, o sol e o vento conferem matizes de cor e de formas que a fotografia artística de Martin Gschlachat potencia em maravilhosas tomadas de vista de uma Europa que nenhum de nós jamais viu. Mesmo as tempestades, os mares gelados e os intensos ventos predominantes naqueles tempos, estão bem retratados na sua violência devastadora que podemos aceitar como válida, considerando os desmandos climáticos que atualmente conhecemos em todo o mundo.
A história gira em torno de uma tribo de caçadores, e da família do chefe, Tau (Jóhannes Jóhannesson) que prepara a emancipação do seu filho Keda (Kodi Smit-McPhee) para a futura liderança da tribo. Aqui começam para mim os grandes problemas deste filme pois as suas expressões faciais são compatíveis com as de um barbudo empregado bancário para o Sr. Tau e de um jovem adolescente prestes a entrar na universidade para Keda. 20 000 anos atrás do nosso tempo corresponde á época do Pleistoceno Superior, no período Quaternário da escala de tempo geológico. Nesta época dá-se a evolução do Homo erectus que apareceu no Pleistoceno Médio, para o Homo sapiens Neanderthalensis, anterior ao período do Holoceno onde está contida toda a história evolutiva do ser humano moderno referido como Homo Sapiens Sapiens, mas ainda assim, um primata de feições simiescas e não os rostos “docinhos” de feições corretas como são apresentados neste filme.
Por outro lado os comportamentos sociais nesta época deveriam estar ligados ao grande desafio da sobrevivência e da estrita manutenção das necessidades básicas, muito diferentes das preocupações que nos são apresentadas para a família nuclear desta história. Este filme tenta reportar-nos a origem dos animais domésticos na vida dos humanos e seja qual for a verdade, a fábula que nos é contada pode em alguns pontos tocar nessa verdade o que já será muito bom, mas por favor contem-nos isso através de personagens credíveis se faz favor, 51 milhões de dólares mereciam ser gastos com maior rigor.

Classificação: 5 numa escala de 10

1 comentário:

Sónia disse...

Nunca tinha ouvido falar deste filme, mas a premissa da história de como surgiu o cão, o melhor amigo do homem, deu-me curiosidade para ver o filme, mas depois li o resto da sua opinião e já nem sei se vale a pena ver... Também aprecio rigor nos filmes que vejo, caso não se trate de um filme de fantasia é claro.
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