9 de setembro de 2017

Opinião – “Caça ao Homem” de Steven C. Miller


Sinopse

Will Beamon (Hayden Chistensen), um homem de negócios bem-sucedido, descobre que Danny (Ty Shelton), o seu tranquilo filho está a ser vítima de bullying na escola e decide levá-lo para uma viagem de caça que visa estreitar os laços entre pai e filho, tal como o seu pai havia feito quando ele era jovem. Durante a sua estadia nos bosques, pai e filho deparam-se com um jovem criminoso ferido, Levy Barrett (Gethin Anthony), e atesar dos esforços de Will para o proteger, Danny é raptado…
A relação entre pai e filho, bem como a relação entre o filho e o seu raptor, são testadas ao limite forçando todos os envolvidos a adaptarem-se a circunstâncias extremas para sobreviverem.

Opinião por Artur Neves

O que este filme nos apresenta e uma tentativa de inovação para a história tradicional do thriller bucólico, misturando uma trama rebuscada, algo forçada, que leva a surpreender o espectador logo nas primeiras imagens, que não têm continuação no resto filme, nem no tempo, nem em “off”, somente recuperadas através de uma breve menção de um dos personagens, que sugere tenham sido introduzida somente para as justificar pois eram perfeitamente dispensáveis em toda a história.
As personagens criadas não são convincentes, muito embora a história pretenda mostrar um enredo complexo, criado acidentalmente pelo testemunho improvável de alguém que não era suposto estar aquela hora, naquele local.
Ao longo do visionamento apercebemo-nos que são todos bandidos, não tanto como se revelarão no final, mas as atitudes que nos levam a essa conclusão têm falta de credibilidade, tanto por parte dos polícias gatunos, dos ladrões, do pai da criança que vem para o mato ensiná-lo e ser homem e dar-lhe o tempo de companhia e de atenção que a cidade e as suas ocupações profissionais não permitem.
A mãe do garoto desempenha um papel sem densidade nem dramatismo, ora zangada com o marido pela sua ausência, ora sorridente e muito feliz sem motivo aparente, ora amarrada pelos polícias e desesperada aos gritos sem conseguir com isso qualquer mais-valia. É tudo muito pobre e com pouco nexo, num filme em que a rodagem num bosque deve ter resultado da tentativa de redução de custos de produção.
Em toda esta aventura, salva-se o desempenho de Howell (Bruce Wills), que decorrente da sua idade representa o chefe da esquadra local, também com muitas culpas no cartório em toda aquela situação e noutras do passado, que se vêm a revelar no fim, mas numa altura em que já estamos desiludidos com aquela trama, já compreendemos a justificação de certas atitudes, montadas para prolongar o filme dentro do tempo contratado e já só pretendemos ver o desfecho que se adivinha.

Classificação: 4 numa escala de 10

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