29 de novembro de 2016

Opinião – “O Protetor” de Jean-François Richet


Sinopse

Depois de ser incriminada pelo seu namorado, um perigoso chefe de um cartel de droga, por ter roubado um avultado pacote de dólares, Lydia (Erin Moriarty) procura refúgio junto do único aliado neste mundo disposto a ajudá-la: John Link (Mel Gibson), o seu pai, um perpétuo fracasso. Link, um antigo motoqueiro criminoso e ex-presidiário, está agora determinado a proteger a sua filha, e pela primeira vez na sua vida, a fazer o que está certo… BLOOD FATHER – O PROTETOR é um intenso thriller de acção realizado por Jean-François Richet, que ganhou sucesso com Inimigo Publico nº 1 (Mesrine).

Opinião por Artur Neves

Jean-François Richet já nos habituou a histórias de violência com uma densidade dramática que excede o que é normal neste género e neste filme repete o figurino com a agravante de se passar entre uma pai e uma filha desaparecida que procura encontrá-la embora sem grandes meios para o conseguir até porque a sua situação de liberdade condicional o obriga à fixação num lugar determinado.
Só que, surpreendentemente vai ser a filha a procurar o pai para a salvar de uma grande complicação em que se meteu, depois de ter baleado o seu namorado, na sequência de um assalto a um dos traficantes de droga, que estava a construir o seu próprio “pé-de-meia”, sonegando ao cartel os proventos do comércio da droga.
A partir do encontro entre o pai e a filha é que a história se desenrola no campo dos afetos paternais mostrando como contra todas as possibilidades que não tem, liberdade, dinheiro, meios de subsistência, este pai vai desenvolver expedientes que resolvam a situação em que a filha se meteu e que ele assumiu como própria.
É o começo da fase roadmovie, de automóvel, primeiro, de mota depois, pelos locais inóspitos da américa profunda mostrando-nos algo que ouvimos falar mas não conhecemos, a américa rural, distante dos grandes centros e do progresso daquele país, a américa esquecida e remetida ao seu gueto, no qual se esconde, habita, vive e se alimenta com a indiferença do regime em vigor, que também não pretende intervir.
É o mundo real do cada um por si, onde amigos de outrora se revelam inimigos atuais, onde as alianças do passado não passam de memórias. Todo o ambiente circundante é hostil, deserto, sem abrigo físico nem qualquer espécie de apoio, onde se luta pela sobrevivência fugindo e matando para não ser morto.
Toda a ação está bem desenvolvida, as personagens são convincentes, com particular destaque para um assassino profissional contratado pelo cartel, que dispara sobre tudo o que mexe para cumprir a sua missão. John Link (Mel Gibson), que já se revelou como bom ator e realizador (“Braveheart” e “A Paixão de Cristo”, respetivamente) constrói aqui um pai esforçado e conhecedor dos caminhos a percorrer, com a violência necessária para os superar que nos cativa pela sua abnegação, embora o seu passado não indiciasse tais sentimentos. É pois um filme de ação, bem estruturado, de argumento fácil para podermos disfrutar da ação, que recomendo.


Classificação: 6 numa escala de 10

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