
«Alemanha Ensanguentada desfaz duas imagens habituais: a de um Aquilino Ribeiro estreitamente «regionalista» e a do «germanófilo» enquanto fascista. É evidente que os alemães têm suscitado em várias gerações um fascínio bélico ou imperial; mas a «germanofilia» de Aquilino não é dessa natureza. Trata-se tão-só do apego a uma nação onde viveu e se casou (com uma alemã), nação de inquestionável grandeza material, intelectual e anímica, não obstante alguns defeitos notórios. É conhecido o amor vital de Aquilino pelas terras portuguesas, mas estes «cadernos de viagens» alemães, escritos em 1920, são um modelo de cosmopolitismo, ou seja, de compreensão de uma outra cultura, de uma outra circunstância.»
Do prefácio de Pedro Mexia
Aquilino Ribeiro nasceu na Beira Alta, em 1885, e morreu em Lisboa em 1963. Deixou uma vasta obra em que cultivou todos os géneros literários, partilhando com Fernando Pessoa, nas palavras de Óscar Lopes, lugar cimeiro nas Letras Portuguesas. Sócio da Academia das Ciências, foi reintegrado após o 25 de Abril, a título póstumo, na Biblioteca Nacional, condecorado com a Ordem da Liberdade e homenageado aquando do seu centenário pelo Ministério da Cultura. Em Setembro de 2007, por votação unânime da Assembleia da República, o seu corpo foi depositado no Panteão Nacional.
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